Recheado de títulos, ídolos, fãs e histórias pra lá de marcantes em seus mais de 130 anos de vida, o Manchester United se tornou famoso no mundo inteiro graças ao seu inconfundível manto vermelho. Porém, se engana quem pensa que o clube inglês já nasceu vestindo a “cor do diabo”.
Os “Red Devils” começaram sua trajetória em 1878 como Newton Health LYR Football Club, um time dos trabalhadores da companhia férrea Lancashire and Yorkshire Railway. Em seus primeiros anos, o Newton vestiu camisas nas cores verde e dourada, calções brancos (que virariam azuis junto com as meias em 1886) e meias pretas, combinando com as cores da companhia. Em 1887, a equipe passou a adotar uma camisa mesclada em vermelho e branco, com calções e meias azuis, fazendo com que a verde e dourada ficasse como uniforme reserva.
Em 1902, o Newton enfrentou uma grave crise financeira e foi salvo graças a empresários que assumiram o controle do clube, que deixou de ser parte integrante da Lancashire para se tornar independente e ser renomeado Manchester United Football Club tal qual permanece até hoje. As cores principais do time passaram a ser vermelho (para a camisa), branco (calção) e preto (meias), sendo o azul (calção e meias) e branco (camisa) para o reserva.
Nas décadas seguintes, poucas variações foram adotadas pelo clube, com exceção das camisas com um grande “v” no centro (parecida com uma utilizada na final da Copa da Inglaterra de 1909) e da listrada na horizontal nas cores vermelho cereja e branco utilizadas entre os anos 1920 e 1930 – período bem turbulento para o United, que quase faliu após a morte de um de seus principais dirigentes, o empresário cervejeiro John Henry Davies.
Com o surgimento do timaço dos Busby Babes nos anos 50, o Manchester United passou a utilizar uniformes mais leves e a jogar mais vezes com camisas brancas, sem grandes variações. Nos anos 60, o time conquistou sua primeira Liga dos Campeões da UEFA jogando de azul na final contra o Benfica-POR, em 1968. Nas décadas de 70 e 80, o clube inovou pouco e alternou suas vestimentas entre o vermelho, branco e azul.
Na década de 90, a equipe ousou ao relançar a camisa verde e dourada, inserir hologramas e listras em sua camisa vermelha e até jogar com uma combinação em cinza e azul na temporada de 1995-1996, que foi tida como “azarada” pelo técnico Alex Ferguson por não render nenhuma vitória aos Red Devils (em cinco jogos foram quatro derrotas e um empate). Na virada do século, as camisas pararam de mudar e o bom e velho vermelho foi essencial para o Manchester United se tornar um dos maiores clubes da Inglaterra e do mundo com as conquistas de duas Ligas dos Campeões (em 1999 e 2008), vários campeonatos nacionais e dois títulos mundiais.