Eles são os soberanos do futebol argentino. Ninguém tem mais títulos nacionais que os imponentes “Millonarios” do Monumental. A história da camisa do River Plate é rica, inconfundível, elegante e nasceu, como muitos acreditam, após uma travessura de carnaval.
Fundado em 1901, o Club Atlético River Plate possui uma história recheada de glórias e ídolos que atravessaram gerações sempre vestindo o manto branco com a célebre faixa diagonal em vermelho. Mas nem sempre a camisa da equipe teve essas características.
O primeiro uniforme do clube foi composto por camisa branca e calção e meias pretas. Em 1905, nasceu o mito da faixa diagonal em vermelho. Em uma noite de carnaval, um grupo de cinco jovens membros do River entraram em um táxi e roubaram uma fita de seda vermelha que estava no banco de trás. A traquinagem tinha como objetivo incrementar o uniforme do clube e dar mais cor ao simples branco. Após o “crime”, os jovens pegaram uma camisa, colocaram a fita entrelaçada diagonalmente e a prenderam com alfinetes. A ideia foi prontamente atendida pelos sócios e virou vestimenta oficial da equipe residida, ainda na época, no bairro La Boca (casa do maior rival, Boca Juniors).
Outra teoria para a faixa é a homenagem a São Jorge, santo que tem como signo a cruz vermelha sob o branco, cores presentes no River Plate e na bandeira de Gênova, cidade italiana de onde vieram vários dos membros do clube. Entre 1912 e 1932, a equipe passou a utilizar com mais frequência uma camisa tricolor acompanhada de calção preto e meias cinzas, combinação que segue até os dias atuais como uniforme reserva.
A partir de 1932, a camisa branca com a faixa diagonal voltou com mais força e seguiu intacta como vestimenta titular. Ao longo dos anos, a equipe teve poucas variações em seus uniformes, embora tenha utilizado combinações curiosas em certas ocasiões. Em 1969, 1971, 1975 e 2008, o clube adotou uma pouco usual camisa violeta para disputar partidas do Campeonato Argentino.
Na primeira vez, em 1969, o time usou a cor por causa da recusa de seu adversário, o Deportivo Morón, de mudar seu uniforme branco e vermelho. Com isso, um sócio do River doou o conjunto violeta e ajudou a equipe do Monumental a vencer por 3 a 0.
Em 1980, a equipe foi obrigada a utilizar uma camisa com as cores do Boca (!) em um duelo contra o PSV-HOL na disputa do Troféu Joan Gamper, em Barcelona (ESP). Como o clube holandês tinha um uniforme parecido com o dos argentinos, o organizador da competição, o Barcelona, emprestou sua camisa amarela com faixas diagonais em grená e azul (sendo o azul e o amarelo as cores do Boca) para que o River a utilizasse. Embora tenha jogado com um uniforme “maldito”, a equipe venceu o PSV, nos pênaltis, e ficou com o terceiro lugar.
Desde então, o clube segue com seu tradicional uniforme titular e as vestimentas tricolores e pretas como reservas (além de pontuais camisas vermelhas). No entanto, é com o branco, o vermelho em diagonal e o preto do calção que o clube espera retomar o caminho de suas glórias e voltar a ser o temido time que já conquistou um Mundial Interclubes, duas Copas Libertadores, 34 Campeonatos Argentinos e encantou o planeta com La Máquina de Labruna e Pedernera, El equipo mundial de Alzamendi, Ruggeri e Pumpido e o timaço campeão da América de 1996 comandado por Ayala, Almeyda, Francescoli, Ortega e Crespo.
Este texto foi escrito por Guilherme Diniz do blog Imortais do Futebol. Gostou da matéria ou gostaria de ver a história de algum clube em específico? Deixe sua opinião no comentário!