História da camisa do Atlético de Madrid – Eles deixaram de lado o rótulo de “filial de Bilbao” para ter uma identidade toda própria. Não demorou muito para a matriz ser superada em títulos (principalmente internacionais), fanatismo e peso histórico. Quando o assunto é o vizinho de Madrid, os merengues podem até ser mais vitoriosos, mas a torcida Colchonera do Club Atlético de Madrid é a mais fanática e vibrante da capital espanhola.
Fundado em 1903 por três estudantes bascos fanáticos pelo Athletic Bilbao, o centenário time madrileno se tornou um dos maiores clubes da Espanha com nove títulos nacionais, 10 Copas do Rei, 1 Supercopa da Espanha, uma Recopa da UEFA, um Mundial Interclubes (na condição de vice-campeão europeu, em 1974) e, mais recentemente, duas Ligas Europa e duas Supercopas da UEFA. Com camisas nas mesmas cores do clube que o inspirou (listrada em branco e vermelho), o Atlético se diferenciou pelo azul em seu calção, cor presente desde os seus primórdios.
O primeiro manto do clube, ao contrário do que muitos pensam, não teve a cor vermelha como principal. A camisa era dividida em duas cores: branco e azul, com calções ora brancos, ora pretos. A combinação foi utilizada até 1910, ano em que um dirigente do Athletic Bilbao teve a missão de viajar até a Inglaterra e trazer cerca de 50 uniformes do Blackburn Rovers, também azul e branco e considerado mais “elegante e diferente” dos encontrados na Espanha.
Quando voltou de viagem, o dirigente só achou uniformes listrados em vermelho e branco do Sunderland, que passaram a ser característicos tanto do Bilbao quanto do Madrid. Para diferenciar matriz de filial, os bascos optaram por calções pretos, e os madrilenos, azuis.
Em janeiro de 1911, o Atlético de Madrid vestiu pela primeira vez o uniforme colchonero, apelido que se deu pelo fato de a camisa listrada ser bem parecia com a capa que envolvia os colchões espanhóis da época. Em 1921, a equipe deixou de ser uma filial do Bilbao e passou a ser independente. A maturidade foi complicada no início e o Atlético passou por maus momentos, enfrentando rebaixamentos, falta de dinheiro e até de jogadores.
Com a Guerra Civil a pleno vapor, os Colchoneros se uniram ao time militar da Aviación Nacional, no final da década de 30, que deu origem ao Athletic Aviación de Madrid, fusão que alterou o escudo do time, mas não o uniforme. Nos anos 40, a equipe voltou a ter identidade própria, começou a conquistar títulos e a mexer com a tranquilidade do rival Real Madrid. Nos anos 50, porém, o time merengue montou um esquadrão de sonhos e voltou a reinar absoluto tanto na Espanha quanto na Europa.
Nas décadas seguintes, o Atlético manteve-se fiel à sua tradição e jamais mudou sua vestimenta oficial. A camisa listrada sempre foi absoluta e teve pequenas variações apenas no número de listras e espessura das mesmas, ora mais finas, ora mais grossas. No começo do século XXI, houve a primeira grande mudança quando a Reebok colocou o escudo no centro e aumentou o espaço entre as listras.
As principais variações se deram, em geral, nos raros uniformes reservas, que já foram vermelhos, brancos, pretos e azuis escuros. Com times mais competitivos desde 2009, o Atlético venceu duas Ligas Europa e mostrou que ficou tão grande ou maior que sua antiga matriz quando venceu a competição continental de 2011-2012 em cima justamente do Athletic Bilbao, que foi derrotado por 3 a 0.
Com um time mais competitivo e sóbrio, o Atlético busca encerrar o jejum de títulos no Campeonato Espanhol e continuar a incomodar o rival Real Madrid, que adoraria ter uma torcida tão vibrante e imponente como a do rival alvirrubro.
Este texto foi escrito por Guilherme Diniz do blog Imortais do Futebol. Gostou da matéria ou gostaria de ver a história de algum clube em específico? Deixe sua opinião no comentário. E curta a fan page do Imortais: