Aposentar a numeração usada por um jogador de futebol é uma das maneiras mais honrosas de se homenagear um craque que ficou marcado na história do seu clube, no entanto, nem todos os clubes sabem fazer esse culto aos jogadores de maneira correta, tanto que é muito comum no futebol uma camisa ser aposentada e voltar à ativa logo após alguns anos porque outra diretoria não entender que tal homenagem fosse válida. Pensando nisso separamos alguns casos de jogadores que tiveram suas camisas aposentadas pelo menos por um tempo.
Pelé e sua lendária 10
Em 1974, Pelé fez sua despedida do time do Santos e então o clube decidiu homenagear o rei do futebol com a aposentadoria de sua lendária camisa 10. No entanto, anos depois o clube foi obrigado a “desaposentar” o manto, isso porque a Conmebol exige que a numeração das camisas 1 a 25 nas competições sul americanas. No entanto o Cosmos, clube que o craque defendeu durante dois anos (1975 e 1977), aposentou a camisa do craque em definitivo.
A mítica 14 de Cruyff
O lendário holandês Johan Cruyff vestiu a camisa 14 do Ajax-HOL durante 12 anos somadas as suas duas passagens pelo clube de Amsterdã, onde conquistou 19 títulos, e a alcunha de maior ídolo da história da equipe. Em homenagem aos seus feitos, o número 14 nunca foi foi usado pelo time da Holanda.
Franco Baresi e a 6 do Milan
Franco Baresi é conhecido pela sua qualidade, liderança, perfeição e técnica que o tornou um dos melhores zagueiros da história do futebol. Pela seleção italiana esteve presente no mundial de 1982 e pelo Milan, única camisa de clube que defendeu durante a carreira, foram 18 títulos. Em 1997, quando se aposentou do futebol profissional, foi se com ele a camisa de número 6, eternizada pelo clube rossonero em sua homenagem.
Aldair e a camisa 6 da Roma
O zagueiro brasileiro Aldair é considerado um dos maiores defensores da história da Roma, não por menos em 2003 ao se aposentar o clube quis homenagear o craque e deixou de usar a camisa número 6. No entanto dez anos depois o holandês Kevin Strootman foi contratado e pediu para usar a camisa. Aldair foi consultado e liberou a numeração para o holandês na época. Strootman já não está mais na equipe (defende o Olympique de Marseille) e a camisa 6 romanesca não tem dono atualmente.
Gianfranco Zola e a 25 do Chelsea
Zola foi o maior destaque do Chelsea entre o final dos anos 90 e começo dos anos 2000 e considerado por muitos até aquela época um dos maiores jogadores da história dos Blues. Como homenagem a camisa 25 foi aposentada.
A 3 de Paolo Maldini
Um dos maiores nomes da história do Milan, Paolo Maldini encerrou a carreira em 2009 e foi homenageado com a aposentadoria da camisa 3. No entanto, o número pode voltar a ser utilizado caso o filho do jogador, que atua nas categorias de base do clube, chegue ao time profissional. Vale lembrar que Paolo era filho de Cesare Maldini, que também foi ídolo rossonero.
Antonio Puerta e a 16 do Sevilla
Em 2007, o jogador do Sevilla teve um ataque cardíaco durante a partida contra o Getafe pelo Campeonato Espanhol. Socorrido, o atleta não resistiu e morreu alguns dias depois. Como homenagem, o clube rojiblanco aposentou a camisa número 16. Recentemente, porém, o ídolo da equipe Jesús Navas retornou ao clube e passou a utilizar o número.
A trágica aposentadoria da 1 de Robert Enke
Sofrendo de uma profunda depressão, Robert Enke, goleiro que era inclusive convocado pela seleção alemã, se suicidou em 2009 ao parar seu carro e se jogar sobre os trilhos de um trem em Hannover. Com isso, seu clube o Hannover 96 decidiu aposentar a camisa 1 que era usada pelo jogador.
A 11 do baixinho Romário
Em 2007, o presidente Eurico Miranda anunciou que a camisa número 11 do Vasco nunca mais seria utilizada e fez uma estátua para o craque em São Januário. No entanto, um ano depois, o presidente Roberto Dinamite pôs fim à homenagem e ameaçou inclusive retirar a estátua do jogador do estádio devido à problemas do craque com o clube. No América-RJ no entanto apesar de ter jogado apenas 1 partida, a camisa 11 até hoje não é mais utilizada.
São Marcos e a camisa 12
Quando Marcos abandonou os gramados no ano de 2012, o ex-goleiro palmeirense foi homenageado pela equipe do Palmeiras que resolveu aposentar sua sua sagrada camisa 12.
Atualização: Em 2017, a camisa 12 do Verdão voltou a ser utilizada, primeiro com o atacante Borja e depois com o lateral Mayke, que a veste até hoje.
Roberto Baggio no Brescia
Mesmo em fim de carreira e longe de sua melhor forma física, Roberto Baggio tornou-se ídolo do Brescia-ITA ao classificar a equipe para a disputa da Copa da Uefa em 2000. O bom desempenho do jogador não foi esquecido e o pequeno clube italiano decidiu aposentar a camisa 10 por ele utilizada entre 2000 e 2004.
A 10 de Diego Maradona
Quando Maradona se despediu do Napoli em 1991, o clube italiano homenageou o craque com a aposentadoria da camisa 10. Em 2010, até houve uma tentativa da torcida e do próprio Maradona para liberar o número ao argentino Lavezzi, mas o pedido foi prontamente negado pela diretoria da equipe.
Podolski e a 10 do Colônia
“Enquanto Podolski estiver em atividade, nenhum jogador utilizará a camisa 10 deste time”. Desta maneira, o Colônia decidiu homenagear o camisa 10, que foi protagonista da ascensão da equipe à primeira divisão da Alemanha em 2005 e depois voltou para ajudar o clube em 2012 e se tornou um dos maiores ídolos do clube. No entanto em 2014, o presidente da equipe Werner Spinner voltou atrás e deu o número aposentado ao ex-jogador da seleção alemã Patrick Helmes e sentenciou: “Espero que Lukas entenda”. Hoje em dia a camisa 10 não tem dono no time alemão.
O camaronês Marc Vivien Foé
O volante Marc Vivien Foé é um caso raro na história já que teve sua camisa aposentada por dois clubes. O camaronês morreu durante uma partida da Copa das Confederações de 2003, entre Camarões e Colômbia. O primeiro time a homenageá-lo foi o Manchester City, time pelo qual o jogador atuava emprestado na época e retirou de sua numeração oficial a camisa 23. O outro clube foi o Lyon, que era dono do passe do atleta e aposentou a camisa 17. No entanto, a mesma voltou a ser utilizada em 2008 por seu compatriota Jean Makoun. Atualmente, nenhum jogador a veste no clube francês.
Miklós Fehér
Em 2004, o húngaro Miklós Fehér jogava pelo Benfica contra o Vitória de Guimarães e seu time vencia por 1 a 0, já nos acréscimos do jogo o atleta foi advertido com cartão amarelo pelo árbitro por fazer cera. Logo após a punição, o atacante soltou um sorriso irônico e ao mesmo tempo começou a se sentir mal, pondo as mãos nos joelhos e caindo desmaiado no gramado. Socorrido, o jogador veio a óbito no mesmo dia por uma parada respiratória. Em homenagem ao promissor jogador os Águias aposentaram a sua camisa número 29 dos gramados.
A 4 de Javier Zanetti
Após a aposentadoria do argentino, Erick Thohir, presidente da Inter de Milão, anunciou que a camisa 4 foi aposentada no clube. O número não será mais utilizado por nenhum jogador do clube, em homenagem ao ex-craque argentino.
A 01 de Rogério Ceni
Considerado o maior ídolo da história do São Paulo FC, Rogério Ceni se aposentou no final de 2015 e seu número, o diferente “01” nunca mais será usado por nenhum jogador. No entanto a camisa número 1 ainda é usada normalmente.
A 9 de Emiliano Sala
O argentino Emiliano Sala era um dos principais jogadores do FC Nantes, quando se transferiu ao Cardiff City em janeiro de 2019. Após se despedir de seus colegas na França, Sala embarcou em um jatinho rumo ao País de Gales para se apresentar ao seu novo time. Emiliano nunca chegou.
Após duas semanas de buscas, o avião com o atleta foi encontrado no Canal da Mancha com o corpo do atacante entre os destroços. Em homenagem a Sala, o FC Nantes anunciou que retirará a camisa 9 de suas escolhas.
“Não temos palavras, é uma tragédia, estamos devastados. Emiliano deixou sua marca no FC Nantes, por isso, assim como muitos torcedores gostariam, vamos honra-lo, outra vez, removendo o número 9”, afirmou Waldemar Kita, presidente do FC Nantes.
Bônus: No Totti, no party
Francesco Totti é considerado o maior jogador da história da Roma e o presidente James Pallota tinha a intenção de aposentar a camisa do craque quando ele se aposentasse. No entanto, o próprio Totti recusou a homenagem e pediu que a camisa 10 continuasse a ser utilizada para que inspirassem os jovens jogadores do clube a ter uma carreira tão vitoriosa como a dele.
Qual dos jogadores que tiveram suas camisas aposentadas foi teve a homenagem mais merecida na sua opinião?