A Seleção Holandesa possui uma das camisas mais tradicionais e reconhecidas do mundo. Assim como a amarelinha do Brasil, a listrada da Argentina, quando se fala em camisa laranja, todos se lembram da Holanda.
Algumas camisas da laranja são marcadas até hoje, como a de 1974, quando a seleção comandada por Johan Cruyff e Rinus Mitchels revolucionou o futebol, com o chamado Futebol Total. A seleção ficou conhecida como “Laranja Mecânica” e é considerada até hoje como um dos maiores esquadrões de todos os tempos, mesmo não tendo vencido nada. A camisa de 1974 inclusive é uma das mais procuradas pelos amantes de camisa. Ela já foi reproduzida várias vezes por marcas de uniformes retrô.
Mas estamos aqui para falar de outra camisa. Vamos falar daquela usada na Euro Copa de 1988 pela Holanda, quando a seleção foi campeã com um futebol belíssimo. Muitos falam que essa é a segunda melhor seleção holandesa de todos os tempos, atrás da de Cruyff.
A camisa da Holanda em 1988 era produzida pela Adidas. A marca alemã utilizou um template já antigo para a época, utilizado na Copa do Mundo de 1986 por diversas seleções, como Bélgica, Iraque, Canadá, União Soviética, Hungria, Irlanda do Norte, Portugal e Polônia.
O modelo consistia em um uniforme com gola “V”, as três faixas nas mangas e as cores do país em um desenho estilizado que dava noção de movimento e três dimensões. Cada país possuía a camisa com desenhos diferentes. Esse tipo de modelo cheio de detalhes exóticos imperou no fim dos anos 80 e por toda a década de 90.
E é aí que entra a mística da camisa laranja. Mesmo utilizando um desenho já antigo, ela ficou muito marcada e é considerada uma das mais bonitas da Holanda, se destacando em relação aos outros modelos que falamos acima. Mas qual camisa da seleção holandesa não é bonita, não é mesmo?
Pois bem, talvez se não fosse o título, a camisa não seria tão lembrada, mas ela realmente chama a atenção.
Fazia parte do uniforme, o calção branco e meiões laranjas. Porém, na final foram utilizados calções e meiões também na cor laranja em um tom mais escuro que o da camisa, o que deu mais simbologia ao único título internacional conquistado pelo país.
Campanha
O time base da Holanda era Van Breukelen, Van Tiggelen, Ronald Koeman, Rijkaard e Van Aerle; Erwin Koeman, Mühren, Wouters e Vanenburg, Gullit e Van Basten. Técnico: Rinus Michels.
A Holanda caiu no Grupo B, com União Soviética, Irlanda e Inglaterra. A fase de grupos foi difícil para a laranja, que começou perdendo por 1×0 para a União Soviética. No segundo jogo, vitória de 3×1 sobre a Inglaterra, com 3 gols de Van Basten, o nome daquela Euro. Para se classificar, duelo direto com a Irlanda. Só a vitória interessava, já que um empate classificava os Irlandeses. Kieft marcou aos 82 minutos, na raça, e a Holanda passou em 2ª no grupo, atrás da URSS.
Nas semi final, um dos maiores jogos da história de Euro Copas. A Holanda enfrentou a Alemanha, na época “bi vice-campeã do mundo”, em 1982 e 1986 e futura campeã, em 1990. O jogo foi equilibrado até os 55 minutos, quando Matthäus, batendo pênalti, abriu o placar. A Holanda foi atrás e conseguiu uma virada incrível. Primeiro, Ronaldo Koeman, batendo pênalti, empatou e Van Basten, o artilheiro, marcou o gol da virada aos 88 minutos, levando a Holanda para a final.
Na final, a Holanda enfrentou novamente a União Soviética, campeã olímpica no mesmo ano e que já havia vencido a laranja na fase de grupos. Dessa vez, em um jogo brilhante da dupla Gullit e Van Basten, a Seleção Holandesa venceu por 2×0, gol dos destaques da partida. O segundo gol, marcado por Van Basten é considerado um dos gols mais bonitos da história e foi eleito pela UEFA um dos 60 gols mais bonitos dos torneios europeus.
É até hoje o único título internacional deste que é considerada um dos países com maior destaque no futebol. A Holanda de Koeman, Gullit e Van Basten marcou seu nome da história do esporte.
Os craques da Holanda 1988
A laranja contou nessa edição da Euro Copa com dois grandes craques de sua história: Ruud Gullit e Marco Van Basten. Ambos já atuavam junto no time do Milan, junto com outro holandês, o volante Frank Rijkaard. E essa parceria rossonera deu o que falar no campeonato. Os dois foram os grandes responsáveis pelo título da Holanda.
Ruud Gullit
Nascido em Amsterdã, no dia 1º de Setembro de 1962, Rudi Dil, ou Ruud Gullit, como é conhecido, começou nas categorias de base do Haarlem, um pequeno time da capital holandesa.
Era dotado de extrema velocidade e força. Em seu rico repertório sempre executava velozes dribles e belos chutes de fora da área. Com toda sua técnica, inteligência, força e impulsão, Gullit é considerado até hoje como um dos poucos jogadores completos na história do futebol. Atuava tanto como líbero, meia ou atacante, demonstrando sempre amor à camisa em todos os clubes que passou, sendo ídolo e campeão em todos eles como jogador.
Em 1987, foi eleito o melhor jogador do mundo (prêmio chamado de Ballon d’Or na época).
Está incluído na lista da FIFA dos maiores jogadores do século XX, ocupando a 18ª posição.
De acordo com uma pesquisa online, feita pela UEFA, chamada Jubileu de Ouro, ficou na 13ª posição no ranking dos melhores jogadores europeus dos últimos 50 anos.
Seu grande momento na carreira, além do título europeu de 1988, foi a passagem pelo Milan, de 1987 e 1993 e retornando em 1994. Ele disputou 125 jogos pelo rossonero, marcando 38 gols. Conquistou pelo clube 3 Campeonatos Italiano (1988, 1992 e 1993), 2 Supercopas da Itália (1988 e 1992), 2 Ligas dos Campeões da UEFA (1989 e 1990), 2 Supercopas européias (1989 e 1990) e 2 Copas Intercontinentais (Mundial) (1989 e 1990).
Pela Seleção Holandesa, foram 66 jogos, entre 1981 e 1994, com 17 gols. Um deles na final da Euro Copa de 1988, contra a URSS.
Marco Van Basten
Marcel “Marco” van Basten (Utrecht, 31 de Outubro de 1964) começou no Ajax, clube do coração, no ano de 1982, com apenas 18 anos. Logo de cara já demonstrou sua facilidade em fazer gols, marcando em sua estreia como profissional ao entrar no lugar de ninguém menos que Johan Cruyff.
Dono de uma grande noção de posicionamento, postura imponente e elegante, velocidade e espírito coletivo, além de um enorme faro de gol, Van Basten conquistou logo em sua primeira temporada profissional o Campeonato Holandês. Desde aquele tempo outros dois fatos já apareciam: sua amizade com o colega Frank Rijkaard, com quem atuou no Ajax e no Milan, e sua fragilidade, exposta em suas pernas longas e de poucos músculos, o que foi logo notado pelos zagueiros adversários. Com eles irritava-se com facilidade, começando a “retribuir” as pancadas que sofria.
No Ajax, disputou 198 jogos entre 1982 e 1987 e marcou incríveis 178 gols, média de quase 1 gol por jogo. Pelo clube de Amsterdã, venceu 3 Campeonatos Holandês (1982, 1983 e 1985), 3 Copas da Holanda (1983, 1986 e 1987) e a Recopa Europeia em 1987.
Mas, assim como Gullit, seu melhor momento foi no Milan. Formando a tríade holandesa do clube junto com Ruud e Rijkaard, Van Basten se tornou um dos maiores jogadores da história do rossonero. Foram 272 jogos entre 1987 e 1995, com 260 gols. Pelo clube italiano venceu 3 Campeonatos Italiano (1988, 1992 e 1993), 3 Supercopas da Itália (1988, 1992 e 1993), 2 Ligas dos Campeões da UEFA (1989 e 1990), 2 Supercopas européias (1989 e 1990), 2 Copas Intercontinentais (Mundial) (1989 e 1990) e 3 Taças Luigi Berlusconi (1992, 1993 e 1994).
Van Basten foi eleito o melhor jogador do mundo em 1992 pela FIFA, em 1988 e 1992 pela Revista World Soccer e 1988, 1989 e 1992 pela France Football. Também foi eleito o melhor jogador da UEFA em 1988, 1989 e 1990 e Melhor jogador da Euro Copa de 1988, além da Chuteira de Ouro em 1986.
Foi artilheiro do Campeonato Holandês em 4 temporadas, artilheiro do Campeonato Italiano 2 vezes, artilheiro da Liga dos Campeões em 1990 e artilheiro da Euro Copa em 1988, inclusive marcando na final um dos gols mais bonitos de todos os tempos.
Van Basten faz parte dos 100 melhores jogadores da FIFA.
Pela Seleção Holandesa, foram 58 jogos, entre 1983 e 1992, com 34 gols.
Infelizmente ele teve de se aposentar aos 30 anos, no ano de 1995, pois não conseguia mais correr, tamanhas eram suas lesões. Só o tempo diria o que Van Basten se tornaria se pudesse ter se recuperado.
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O que acharam da camisa da Holanda, usada no título da Euro 1988?