Se fosse vivo, Gylmar dos Santos Neves completaria no dia 22 de agosto de 2017, 87 anos. Considerado o maior goleiro brasileiro de todos os tempos, assim como o maior goleiro das histórias de Corinthians e Santos, “Gilmar”, como era conhecido, com “i”, no lugar do “y”, é responsável por uma curiosidade na história das copas do mundo.
Antes de falar sobre, temos que ressaltar a importância do goleiro para a seleção canarinho. Foram 103 partidas, com 73 vitórias, 15 empates e 15 derrotas, tendo sofrido 104 gols e conquistado as Copas do Mundo de 1958 e 1962 como titular.
A curiosa camisa número 3 de Gilmar em 1958
E quando se fala em goleiro, logo imaginamos um jogador com luvas, uniforme com cor diferente e o número 1 ou 12 atrás. Mas na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, não foi bem assim.
Acontece que a numeração oficial foi decidida por um funcionário, de nome desconhecido, do comitê organizador da copa, algo que era comum naquela época, enquanto hoje em dia são as próprias seleções que decidem a numeração de 1 a 23. Ao que parece, o funcionário não tinha muita noção das numerações por posição e resolveu dar a camisa 3 ao goleiro.
O final todos conhecem. Pelé, Zagallo, Garrincha e Vavá decidiram na frente, Gilmar fechou o gol lá atrás e o Brasil foi campeão do mundo, fazendo com que o goleiro eternizasse a camisa 3 embaixo das traves.
A numeração oficial daquela copa trazia outros equívocos do “funcionário do comitê organizador”. O ponta esquerda Zagallo, por exemplo, utilizava a camisa 7, enquanto o ponta direita Garrincha era o 11, o que na verdade deveria ser o contrário. Nílton Santos, lateral esquerdo, usou a 12. Pelé, que muitos dizem ter recebido a camisa 10 “por acaso”, na verdade recebeu a numeração correta para sua posição mesmo.
A numeração da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958 era: 1- Castillo, 2- Bellini (capitão), 3- Gilmar, 4- Djalma Santos, 5- Dino Sani, 6- Didi, 7- Zagallo, 8- Oreco, 9- Zózimo, 10- Pelé, 11- Garrincha, 12- Nílton Santos, 13- Moacir, 14- de Sordi, 15- Orlando, 16- Mauro, 17- Joel, 18- Mazzolla, 19- Zito, 20- Vavá, 21- Dida e 22- Pepe.
Outros casos de goleiro com numerações incomuns já foram vistos, como o argentino Fillol na copa de 1978 utilizando o número 5, já que a numeração era feita por ordem alfabética, e o goleiro da Holanda em 1974 e 1978, Jongbloed, que utilizou o número 8.
Ídolo de Corinthians, Santos e do Brasil, Gylmar dos Santos Neves faleceu no dia 25 de agosto de 2013, em consequência de um AVC. Dizem ter sido a maior inspiração do considerado maior goleiro de todos os tempos: Lev Yashin.
Em uma outra curiosidade sobre Gylmar, radialistas mais antigos dizem que em certa ocasião, nas quartas de finais em 1958, quando subia do vestiário para o campo ao lado do zagueiro De Sordi, o goleiro dizia que aquele jogo era decisivo para o Brasil, que daria o sangue e, se fosse necessário, morreria pela seleção. De Sordi teria respondido “se for para morrer, morreremos juntos”. Por coincidência ou não, De Sordi veio a falecer no mesmo dia 25 de agosto e 2013.
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