As fornecedoras de material esportivo tem chamado a atenção e até mesmo causado polêmica por apostarem em uma estratégia para a criação dos uniformes de suas equipes e seleções, o chamado “templatismo”, que é a criação de um modelo único de camisa, calção e meiões para ser utilizado pelos patrocinados, com as cores e designs específicos de cada um.
Isso já vem sendo utilizado há um bom tempo por elas, para poupar tempo e também dar unidade às suas criações. O problema é que por muitas vezes as mesmas acabam criando uniformes praticamente iguais para duas ou mais equipes, mudando apenas o escudo no peito, o que, é claro, gera muitas críticas por parte da torcida, que pede mais identidade nos uniformes, assim como mais respeito à história do time e cultura daquele povo.
Talvez, a empresa com mais críticas neste sentido seja a Nike, que nas últimas duas temporadas tem abusado do “templatismo”, criando modelos únicos para as principais equipes, dos quais só se alteram as cores, ou algum detalhe. Um grande exemplo é a padronização nos uniformes das seleções patrocinadas pela marca, que possuem uniformes com o mesmo design e mudanças apenas nas cores.
Outras críticas à marca atualmente são a padronização nos uniformes thirds das principais equipes, com a criação de um template único, e também os modelos utilizados pelas equipes menores, que são de catálogo e por muitas vezes não respeitam a história e tradição das equipes que os utilizam.
Mas para quem pensa que isso é algo bem recente, está enganado. Desde que entrou no futebol para valer, a Nike sempre utilizou essa estratégia.
Hoje trazemos templates Nike lançados ao longo dos últimos anos, alguns com quase nenhuma mudança, outros com alguns detalhes diferentes entre eles, mas todos baseados nos mesmos modelos.
Templates Nike
2002 – Copa do Mundo e temporada
A Copa do Mundo da Coréia do Sul e Japão ficou marcada como a única em que TODAS as seleções patrocinadas pela Nike utilizaram modelos de uniformes praticamente iguais, com um ou outro detalhe diferente, dependendo da seleção (quadradinhos da Croácia, por exemplo), e claro, com as cores de cada país.
Naquela edição, a marca americana foi representada pelo Brasil, pentacampeão, e pelas seleções da Bélgica, Coréia do Sul, Croácia, Estados Unidos, Nigéria, Portugal e Rússia. O México, que utilizou outra fornecedora na Ásia, assinou com a Nike logo depois e também utilizou o modelo.
O template não parou somente na Copa do Mundo, mas também foi parar nas equipes patrocinadas pela marca, que já tiveram maior liberdade para acrescentar ou retirar alguns elementos.
2004 – Total 90
No ano de 2004, a Nike decidiu criar outro modelo de template que seria utilizado em todas as seleções patrocinadas pela marca e novamente traziam apenas as cores como diferença entre eles. Ele foi chamado de Total 90, que na época era o carro-chefe da marca, principalmente se tratando das chuteiras.
O modelo possuía detalhes que contornavam o recorte da camisa na frente e nas costas, gola especial, além de um detalhe pontiagudo no punho esquerdo, que chamava a atenção. Mas os principais destaques mesmo eram o box colocado na região onde eram escritos os nomes dos jogadores e o círculo disposto na barriga, onde era colocado o número do jogador.
O apogeu deste modelo foi a Euro de 2004, quando TODAS as seleções da Nike o utilizaram: Croácia, Holanda, Portugal e Rússia.
Esse template é bastante querido pelos fãs da marca, principalmente pelos brasileiros, principalmente pela nostalgia de ver a Seleção Brasileira vencer a Copa América e a Copa das Confederações utilizado a camisa Total 90.
As equipes patrocinadas pela marca também utilizaram o modelo na temporada 2004-2005, novamente com maior flexibilidade da marca para mudar o modelo padrão.
Mais uma vez, no Brasil, o Corinthians utilizou o padrão em seus uniformes.
2005 – Modelo “cabide”
Este modelo foi desenvolvido para substituir o Total 90 com exclusividade nos uniformes das equipes europeias e asiáticas. Desta vez, as equipes tiveram menos flexibilidade na hora da criação dos kits e tiveram modelos praticamente iguais criados, com a mudança nas cores.
Este modelo foi utilizado na temporada 2005-2006 e trazia detalhes nos ombros que lembravam cabides e que saíam da gola V, além dos punhos especiais e detalhes nas laterais da barra em outras cores.
2008 – Faixas laterais
A Nike passou a investir cada vez mais em templates para as equipes patrocinadas, e na temporada 2008-2009 criou um modelo que trazia faixas laterais em uma ou duas cores, além de uma gola exclusiva, também em duas cores.
O modelo foi bastante utilizado nas equipes europeias e na Seleção Portuguesa.
2010 – Seleções na Copa do Mundo
Se na Copa do Mundo de 2002 as seleções tiveram uniformes iguais e em 2006 bem diferentes, na Copa de 2010 podemos dizer que foi uma mescla.
A Nike criou um template bem básico a ser utilizado no mundial da África, que se consistia em um modelo com gola redonda e finas linhas com pontas circulares nas mangas, dispostas na horizontal. A partir daí, cada seleção teve seu modelo específico, com detalhes diferentes, com apenas a Nova Zelândia utilizando o modelo padrão.
Além da seleção da Oceania, também representaram a Nike na Copa: Brasil, Austrália, Coréia do Sul, Eslovênia, Estados Unidos, Holanda, Portugal e Sérvia. A camisa da nossa seleção é a que tem maior diferença em relação às demais.
Uma curiosidade legal é que este modelo era produzido a partir de garrafas PET recicladas.
2016-2017 – Mangas em destaque
Para a disputa da Eurocopa 2016, a Nike lançou os uniformes para suas seleções europeias num mesmo modelo, chamado de “Vapor”, alterando-se apenas as cores. O mesmo template foi lançado para as outras seleções.
A camisa trazia uma cor predominante, com as mangas num tom diferente, mais escuro normalmente, mas com exemplo de mangas mais claras ou de outras cores. Faixas laterais também apareciam.
Isso se repetiu nas temporadas 2016-2017 e 2017-2018, com modelos seguindo o mesmo template. A maior diferença de uma temporada para a outra foi que as faixas laterais diminuíram nos modelos 2017-2018.
2018-2019 – Ranhuras
Como dito lá no começo da matéria, as camisas para as Seleções que disputarão a Copa do Mundo 2018 são todas baseadas no mesmo template, o VaporKnit, que apresenta uma gola num formato totalmente novo e ranhuras nas mangas.
A grande maioria das seleções possui um modelo titular mais básico e um reserva com mais detalhes gráficos, mas também baseados no mesmo template. A exceção fica por conta da Nigéria, que inverte essa regra.
Os principais clubes da marca devem trazer este mesmo template em seus uniformes, de acordo com alguns modelos já vazados.
Esta matéria foi desenvolvida em parceria com o leitor João Carlos Padilha. Tem alguma sugestão de pauta? Mande para nós!
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