Na Copa do Mundo 2018, das camisas titulares das seleções, 13 são vermelhas, oito brancas, cinco azuis, quatro amarelas e duas verdes.
Segundo matéria publicada pelo G1, até 9% da população mundial é daltônica e o Mundial da Rússia se tornaria um verdadeiro desafio para essas pessoas, já que das 32 camisas, 24 delas trazem cores que não são identificáveis por quem sofre de daltonismo.
Círculo cromático de Camisetas #Rusia2018 (por Joaco Güiraldes ) pic.twitter.com/VCJzZDeN0f
— Paladar negro (@PaladarNegroWeb) 20 de junho de 2018
Para quem não sabe, o daltonismo é um distúrbio da visão que interfere na distinção de cores e na maioria das vezes tem origem genética, sendo muito mais comum em homens do que em mulheres.
Esta perturbação possui três variantes, a protanopia, que faz com que o vermelho, se transforme em tons de bege, marrom, ou cinza. A deuteranopia, onde o verde vira marrom. Há ainda um tipo mais raro, a tritanopia, que faz com que tons de azul e amarelo, se transformem em tons rosados. Veja simulação abaixo feita pelo G1:
Apesar do grande número de daltônicos no mundo, engana-se quem acredita que as mudanças constantes de uniformes na Copa 2018, que tem irritados alguns torcedores, é uma preocupação da FIFA com os espectadores que sofrem deste mal ou com aqueles que não possuem televisão à cores (ainda em 2018 há quem use este argumento), o motivo é puramente uma questão de marketing.
Algumas alterações são feitas para ajudar os próprios jogadores dentro de campo, quando as cores dos uniformes são semelhantes, mas diferentemente do que imaginamos, essa mudança só é feita em casos onde as cores trazem tons muito parecidos em grande parte da camisa ou do uniforme.
Uma prova de que o daltonismo não é motivo de preocupação para a FIFA é o jogo de abertura da Copa do Mundo, onde a Rússia vestiu sua camisa vermelha, e a Arábia Saudita, ao invés de usar sua camisa branca, usou seu kit reserva, verde, deixando os daltônicos totalmente confusos.
Tá facinho pra quem é daltonico assistir o jogo. Vermelho e verde dependendo da luz é a mesma coisa pra mim.
— Gps47 (@GPS_47) 14 de junho de 2018
Na boa, esse jogo tá extremamente difícil de ser assistido pelo daltônico aqui
— Ribeiro Lucas (@LukasrRibero) 14 de junho de 2018
Mano, ser daltônico e assistir ao jogo com uniformes parecido é triste. To diferenciando ngm.
— Voa canarinho, voa (@DanielCardooso) 14 de junho de 2018
O jogo de amanhã entre Coréia do Sul e Alemanha também trará sem necessidade, a utilização destas cores, já que os asiáticos vestirão sua camisa titular e os alemães ao invés de usar branco, utilizarão sua camisa verde, já que a branca foi usada nas duas primeiras rodadas.
Publicamente não foi dada nenhuma justificativa oficial, mas está bem claro que os uniformes estão sendo trocados para que todas as seleções possam utilizar tanto seu uniforme titular, quanto seu uniforme reserva durante o Mundial, já que todas as seleções deverão em alguma rodada ter usado ao menos uma vez sua camisa titular ou reserva.
Não vejo como algo ruim a utilização de todos os padrões criados para a Copa na primeira fase, seria inclusive, muito mais fácil para nosso trabalho de pesquisa, se em Copas anteriores também fosse utilizada essa tática, no entanto, não faz sentido algum justificar essas mudanças utilizando os argumentos de daltonismo, televisões ou o que quer que seja, já que no final das contas a preocupação deles é muito menos nobre do que a gente imagina.
Como saber se você é daltônico?
Muitas pessoas não sabem se são daltônicas, mas para descobrir se você é um dos agraciados com essa anomalia (assim como eu), existe um teste chamado “Ishihara” que consiste em cartões coloridos, onde neles são colocados alguns números, que só serão visíveis por pessoas que tem a visão normal. O número de acertos pode variar conforme o seu grau de daltonismo. Confira abaixo:
O que acha da mudança dos uniformes das seleções nesta primeira fase da Copa 2018?