Morreu neste dia 25 de novembro de 2020, “Don” Diego Armando Maradona, considerado por alguns (e todos os argentinos) o maior jogador de futebol de todos os tempos.
Dieguito faleceu aos 60 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória. O Mantos do Futebol lamenta o passamento do “El Pibe de Oro” e relembra as camisas utilizadas por ele em sua vitoriosa carreira.
Argentinos Juniors (1976-1981)
Maradona estreou com apenas 16 anos no pequeno clube da capital argentina, mas desde os 9 já encantava não apenas os diretores do clube mas também a torcida. Pela equipe, recebeu a primeira convocação para a Seleção Argentina, apenas um ano depois, mas acabou cortado da Copa do Mundo 1978 (vencida pelos hermanos) o que causou muita polêmica na época. No mesmo ano, Diego foi, pela primeira vez, artilheiro do Campeonato Argentino.
Em 1979, foi artilheiro tanto do nacional quanto do Campeonato Metropolitano, torneio que reunia os clubes da Grande Buenos Aires e que na época era considerado mais importante. Naquele ano, seria eleito pela primeira vez o melhor jogador sul-americano, fato que se repetiu em 1980, quando ele foi artilheiro dos dois campeonato e eleito outra vez o melhor jogador da América do Sul, com o adicional de ter levado o Argentinos Juniors ao vice-campeonato nacional, melhor resultado do clube até então. Pelo clube, disputou 166 partidas e teve a incrível marca de 149 gols.
Boca Juniors (1981-1982 e 1995-1997)
Don Diego nunca escondeu de ninguém que era torcedor fanático do Boca Juniors, clube que não vencia um Campeonato Argentino desde 1976. Os Xeneizes então foram atrás do ainda jovem em 1981, que não pensou duas vezes antes de assinar.
Pelo Boca, fez uma grande dupla com Brindisi e conquistou logo o Metropolitano, primeiro título do clube em cinco anos. El Pibe marcou gols em todos os clássicos contra o River Plate naquela temporada, mas acabou eliminado junto dos auriazuis nas quartas de final do Argentino ao perder para o Vélez Sarsfield. Ele foi expulso no jogo de ida e suspenso pela AFA. Em 1982, Maradona foi comprado pelo Barcelona.
Mas sua história com o Boca não havia terminado. 13 anos depois, após muitos gols, título, gols inesquecíveis, um auge espetacular e uma enorme suspensão, Diego Maradona voltava a seu clube do coração, em 1995, mas, já em decadência, não pôde fazer muita coisa a não ser vencer um clássico contra o River Plate, em 1996, por 4 a 1 (jogo do famoso selinho em Caniggia). No ano seguinte, disputou apenas uma partida no torneo Clausura. Disputou o Apertura e fez seu último jogo como profissional, dando lugar, simbolicamente, a um jovem Juan Roman Riquelme.
Barcelona (1982-1984)
Maradona chegou à Catalunha com grande expectativa. O Barcelona não vencia um campeonato desde 1974, sendo o único título em 20 anos. Porém, os resultados não foram os esperados.
Na primeira temporada (1982-1983), Diego teve hepatite e ficou de fora dos campos por três meses. Assim, os blaugranas terminaram o espanhol apenas na 4ª posição. Na Copa do Rei daquele ano, porém, viveu seu grande momento com a camisa listrada: decidiu a final contra o Real Madrid, marcando nos dois jogos da decisão, e foi aplaudido de pé pela torcida do arquirrival após a vitória por 2 a 1 em pleno Santiago Bernabéu, vitória que garantiu o título.
Na segunda temporada o segundo problema. Sofreu uma entrada dura de Andoni Goikoetxea, do Athletic Bilbao e fraturou o tornozelo esquerdo, levando 106 dias para retomar o futebol. Sua volta causou efeito imediato e o Barcelona lutou até o final pelo título nacional, que acabou ficando justamente com o Bilbao, por um ponto. E o time basco foi uma pedra no sapato do craque, vencendo também o Barça na final da Copa do Rei, em jogo famoso por uma briga generalizada, na qual Maradona foi protagonista e recebeu suspensão de três meses. O episódio fez com que a diretoria blaugrana praticamente se desfizesse do atleta, vendendo-o ao Napoli, da Itália.
Napoli (1984-1991)
E foi justamente por lá que Dieguito atingiu seu auge e elevou de maneira espetacular o patamar da equipe, que até então só havia vencido títulos em divisões inferiores da Itália e duas copas da Itália.
Nas duas primeiras temporadas, um oitavo e um terceiro lugar no Italiano. Mas, foi na terceira que D10S se tornou D10S. Já consagrado com o título e protagonismo na Copa do Mundo de 1986, Maradona levou os napolitanos ao primeiro título italiano, sobre a Juventus. Também conquistou a Coppa de Itália. No ano seguinte, terminou com o vice-campeonato nacional, mas artilheiro da competição, com 15 gols.
No final da temporada 1988-1989, Maradona levou o Napoli a um novo vice-campeonato nacional e ao primeiro título continental: a Copa da UEFA, batendo o Stuttgart na final. Em 1990, sua última grande campanha com o clube, vence o scudetto.
Porém, em 1991 os problemas voltaram. Em março, Don Diego testou positivo para cocaína, após um jogo contra o Bari. Depois, ele, ligado por provas robustas com a máfia napolitana, foi suspenso do futebol por quinze meses, entrou a em depressão e, no mês seguinte, em abril, foi preso, sob efeito de drogas, em Buenos Aires pela polícia no bairro de Caballito.
Maradona, decidido a deixar o time em 1992, protagonizou uma batalha judicial que durou 86 dias. A liberação foi brecada pelo presidente do clube, que estava brigado com o argentino. Após intervenção da FIFA, Maradona conseguiu se desligar do Napoli e acertou seu retorno à Espanha, agora como jogador do Sevilla, na época comandado por Carlos Bilardo, seu ex-técnico na Seleção. Pelo Napoli, jogou 259 jogos e marcou 199 gols.
Sevilla (1992-1993)
Sua estadia no clube andaluz não durou mais que uma temporada. Acima do peso e com nível abaixo do esperado, o jogador era visto constantemente na noite, fazendo com que os diretores do Sevilla contratassem detetives para monitorá-lo. Ele também brigou com Bilardo e resolveu abandonar o time, acertando outro regresso, desta vez ao país natal, contratado pelo Newell’s Old Boys.
Newell’s Old Boys (1993-1994)
Na Argentina, mesmo com a forma recuperada, teve uma sucessão de lesões musculares e atua em apenas cinco jogos oficiais e alguns amistosos, um deles, curiosamente, contra o Vasco da Gama (aquele famoso do Dener). Não marcou nenhum gol. Antes de voltar ao Boca em 1995, foi diretor-técnico do pequeno Textil Mandiyú e treinador do Racing Club, sem sucesso.
Seleção Argentina (1977-1994)
Maradona já era conhecido antes mesmo de se tornar profissional e participou das categorias de base da Argentina, sendo campeão mundial sub-20 em 1979. Pela seleção, como dito acima, teve sua primeira convocação com apenas 17 anos, em 1977, e ficou fora, de maneira polêmica, da Copa do Mundo 1978.
Sua estreia em copas foi em 1982, sendo a Argentina a atual campeã e favorita, junto com o Brasil, ao título. No entanto, caçado em campo, e ainda sem a maturidade dos tempos de Napoli, não fez uma boa competição e acabou expulso no último jogo, o da eliminação, contra os brasileiros, quando perdeu por 3 a 1.
Mas, D10S estava guardando algo épico para 1986. No México, o astro e capitão fez talvez as melhores atuações de um jogador em Copas. O jogo contra o Uruguai, vencido por 1 a 0 pelos hermanos, é considerado pelo craque a maior atuação de sua carreira, mas foi contra a Inglaterra que a divindade tomou forma: Maradona marcou os dois gols na vitória por 2 a 1, primeiro jogo entre as seleções pós guerra das Maldivas. O primeiro gol com um toque de mão por cima de Peter Shilton, batizado pelo próprio como “La mano de Dios” e o segundo, considerado o gol do século e o mais bonito de todas as Copas, quando Diego driblou meia seleção inglesa e o próprio goleiro antes de marcar. O título veio contra a Alemanha e a grande consagração do camisa 10, coroado o melhor jogador do mundo pela revista Onze d’Or, premiação que receberia novamente no ano seguinte, após o primeiro título italiano com o Napoli.
Em 1990, o craque havia acabado de vencer a Copa da UEFA com o Napoli e chegava à Itália para a Copa do Mundo idolatrado e fazendo o povo dividir a torcida. Os então campeões estavam enfraquecidos e logo perderam o goleiro Pumpido, machucado, que deu lugar a Goycochea (que segundo Galvão Bueno, esperava os pênaltis mal batidos). A Argentina eliminou o Brasil nas oitavas, com gol de Caniggia após jogadaça de Diego, e chegou até a final, mas perdeu para os alemães por 1 a 0.
A Copa de 1994 foi a mais triste na carreira de Maradona. Após suspensão por doping e bem fora de forma, quase se aposentando, o camisa 10 decidiu apostar num tratamento “milagroso” que o fez perder 13 quilos num curto espaço de tempo. O astro fez grandes jogos contra a Grécia, no qual marcou um belo gol, e contra a Nigéria, mas o teste antidoping acabou detectando a substância efedrina, que além de emagrecer, é um estimulante. Maradona então deixou, de maneira triste, as Copas do Mundo.
Descanse em paz, D10S!
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