Nos últimos meses tem se discutido a possibilidade da Copa do Mundo passar a ser disputada a cada dois anos, não mais quatro, como é tradicional desde 1930.
A própria FIFA tem estudado e apoiado essa ideia, tendo o presidente Gianni Infantino defendido publicamente a mudança, comparando até mesmo com o SuperBowl, Wimbledon e Champions League, que acontecem todos os anos.
Foto de capa: Alexander Hassenstein/Getty Images
Porém, a ideia tem sido bastante criticada por entidades e personalidades do esporte, que se colocaram contra (UEFA, CONMEBOL, ECA, muitas das ligas femininas da Europa e nomes como Jürgen Klopp). E agora, uma das principais patrocinadoras da competição também afirmou não curtir muito a proposta.
A Adidas, responsável pela bola oficial e também pelos uniformes dos árbitros, através do CEO Kasper Rorsted, se posicionou contra. Ao jornal suíço Neue Zürcher Zeitung, ele disse que a competição perderia importância caso passasse a ser disputa a cada dois anos, sem contar que ofuscaria outros esportes. “Eu não gosto muito a ideia. Há Eurocopa aqui, Copa América na América Latina. Deveria haver espaço para outras coisas. Sou um torcedor apaixonado de futebol, mas é importante que não haja apenas futebol na televisão, mas também biatlo, esqui, tênis ou handebol. Se você promove muito apenas um produto, não é bom para nenhum produto”.
Rorsted assume que financeiramente, esse novo formato seria bom para a marca as três listras, como a Superliga (que ele se posicionou contra) também era, porém, somente a curto prazo, enquanto que, no longo, isso prejudicaria a todos. “Provavelmente seria atraente para nós, financeiramente. No entanto, em longo prazo, acreditamos que o amor pelo esporte surge na infância por ter acesso e é algo tangível. É importante para nós que as crianças possam acessar os estádios e ver suas estrelas, não sempre, mas de vez em quando. As competições não têm o objetivo de serem eventos elitistas que podem ser vistos apenas na televisão”.
Outro motivo apontado por ele para manter as coisas do jeito que estão é que a possibilidade de “zebras” seria diminuída consideravelmente e isso faria com que o torcedor fosse perdendo o interesse aos poucos, vendo sempre os mesmos jogadores e seleções se enfrentando. “Quando o Leicester ganhou a Premier League alguns anos atrás, eles disseram ‘ótimo’. O entusiasmo foi similar quando o Lille venceu a liga na França. Há uma sede pela vitória das zebras”, encerrou.
Entidades e personalidades falando contra “é uma coisa”, já um dos principais, se não o principal, patrocinador da competição votar por manter tudo do mesmo jeito, tem um peso muito maior, concorda?
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