Com uma agilidade que não estamos acostumados no Brasil, começou a ser julgado no tribunal inglês nesta sexta-feira, o processo movido pela New Balance contra o Liverpool, pedindo que o acordo assinado com a Nike seja cancelado, e o atual contrato seja automaticamente renovado, já que existia no contrato anterior uma cláusula que garantia a continuidade automática caso não aparecesse uma proposta melhor.
A New Balance se baseia no fato do valor fixo oferecido pela Nike ser inferior do que é pago atualmente, no entanto, o Liverpool se defende dizendo que o contrato oferece alguns gatilhos que podem fazer com que seus ganhos sejam muito maiores.
Em relação aos valores, para que tudo fique mais claro, a Nike ofereceu um valor de 30 milhões de libras por temporada, sendo que hoje a New Balance paga cerca de 45 milhões. A diferença no entanto, estaria no percentual de royalties oferecido pelo Swoosh, cerca de 20%, um pouco maior do que é oferecido atualmente.
Há dois pontos cruciais que jogam contra a New Balance. O primeiro está na distribuição dos produtos, já que a Nike conta com uma rede infinitamente maior e pode fazer com que a camisa dos Reds seja vendida em praticamente todos os países do mundo. Outro ponto a ser destacado está relacionado ao marketing. Com diversos famosos em sua lista de patrocinados, a Nike seduziu o Liverpool com a promessa de usar nomes como Lebron James, Drake, Serena Willians, Rihanna, entre outros, na campanha de divulgação dos novos uniformes, detalhe este que pode gerar um boom nas vendas e engordar os cofres do clube inglês.
Distribuição feita pela New Balance é questionada pelo Liverpool e Brasil foi usado como exemplo
O julgamento iniciou nesta sexta-feira e tem a previsão de durar três dias, mas neste primeiro dia, entre os pontos apresentados pelas partes, a distribuição dos produtos foi claramente a principal divergência, já que o Liverpool argumenta que com a New Balance não consegue ter suas camisas vendidas em todo o mundo, enquanto a New Balance se defende dizendo que no contrato assinado em 2011 não havia nenhum tipo de cláusula que obrigava uma meta de distribuição.
Nessa parte, o Brasil foi especificamente citado. Segundo o Liverpool, há tempos o clube cobra a fornecedora de uma maior presença no mercado brasileiro, já que três dos seus principais jogadores, são do país: o atacante Roberto Firmino, o goleiro Alisson e o meio-campista Fabinho, além disso, atualmente, ambos também defendem a seleção brasileira. O clube também cita um e-mail de um diretor da New Balance datado de 2016, onde após ser cobrado pela ausência de seu produto no mercado brasileiro, o mesmo se defendeu dizendo que a “marca Liverpool” não era tão relevante assim no país e que seria difícil ter retorno nas vendas.
Vale lembrar que em 2016, o Liverpool não estava em alta como atualmente, mas já tinha em seu elenco Roberto Firmino, além de outro brasileiro que fazia muito sucesso no clube, Phillipe Coutinho. A New Balance por sua vez, afirma que reconhece que agora em 2019, o clube está em outro patamar e uma maior distribuição dos produtos no Brasil é bastante lógica e inclusive está nos planos da marca.
Na discussão foram inclusive apresentados números. Segundo eles, atualmente a New Balance tem cerca de 11 “portas” de distribuição no Brasil, e que a previsão é de ter 227 portas para a temporada 2020-2021. O “grande salto” foi motivo de dúvidas por parte do time inglês, mas segundo a New Balance, a marca já está em contato com uma fábrica no Brasil que será responsável pela fabricação dos uniformes em solo brasileiro, para que esta meta seja garantida.
O julgamento continua na segunda-feira, até lá, tudo segue indefinido e somente na terça-feira poderemos saber se a New Balance será declarada vencedora e continua no clube, ou se o Liverpool será mais uma equipe a vestir Nike em 2020-2021.
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