História da camisa do Benfica – Aqueles 24 homens que se reuniram em 28 de fevereiro de 1904 para fundar o Sport Lisboa não imaginavam que décadas depois aquele time se transformaria no clube mais emblemático da história de Portugal. O que eles já sabiam era que o vermelho, o branco e a águia seriam as inspirações para a consolidação do misticismo do Sport Lisboa e Benfica, maior vencedor do Campeonato Português, bicampeão europeu e célebre por reunir, nos anos 60, alguns dos maiores craques do futebol mundial, tais como Mário Coluna e Eusébio, além do técnico Béla Guttmann.
Nascido sob o lema “De muitos, um” (E pluribus unum, em latim), o clube é um dos mais vitoriosos do planeta não só no futebol, mas também em outros esportes, fatos que tornaram o Benfica o clube com o maior número de associados no mundo – cerca de 235 mil –pessoas que não deixam de ter em seus guarda-roupas pelo menos uma peça na cor vermelha.
O manto encarnado do Benfica foi definido após a fundação do clube, à época como Grupo Sport Lisboa, em Belém. Entre os 24 presentes (todos ex-alunos da Real Casa Pia de Lisboa) na data de fundação estava Cruz Viegas, que opinou sobre as cores que comporiam as vestimentas do time. Para ele, o clube deveria ter camisolas vermelhas e calções brancos por estas serem as “cores que melhor se fixariam nas retinas dos jogadores e nos ardores da luta”.
Com ótima aceitação, o padrão foi definido por unanimidade, bem como a inserção do lema “E pluribus unum” no brasão, referência entre a união dos associados e o espírito familiar que caracterizou a criação do clube.
Após vestir camisas com uma grande faixa no centro em branco (como se fosse uma gravata), o clube adotou o vermelho puro a partir de 1905, e começou a ter enorme influencia de Cosme Damião, que se tornaria um dos homens mais importantes para o fortalecimento do clube nos anos seguintes, principalmente em 1908, quando ajudou na união do Sport Lisboa com o Sport Clube de Benfica, que virou definitivamente o Sport Lisboa e Benfica, que incorporou a roda de bicicleta (oriunda do Sport Clube de Benfica) ao brasão que já tinha a águia, o lema em latim, a bola e as cores vermelho e branco.
Os anos foram se passando e o clube foi ganhando cada vez mais adeptos, além de começar a se transformar em uma força no país nos anos 30, quando venceu três campeonatos nacionais e três edições do extinto Campeonato de Portugal. Além do uniforme vermelho, a equipe atuava, também, com uniformes ora todos brancos, ora com camisa branca e calção vermelho.
Nos anos 60, quando formou o esquadrão bicampeão europeu em 1961 e 1962, o clube fez seu uniforme vermelho ficar conhecido em todo mundo e virar sinônimo de futebol bem jogado e competitivo.
Das cinco finais europeias disputadas pelos encarnados naquela década, em quatro eles vestiram camisa vermelha, calção branco e meias vermelhas (1961, 1962, 1963 e 1965). Apenas em 1968 que o uniforme todo branco com frisos vermelhos foi adotado, na decisão contra o Manchester United-ING (que deveria jogar de vermelho, mas preferiu o azul).
Nas décadas seguintes, o clube manteve sua tradição e não deixou o vermelho de lado. Nem mesmo a febre dos uniformes coloridos que invadiu o futebol nos anos 90 atingiu os benfiquistas, que seguiram tradicionais e sem invencionices. Só na virada do século que o clube começou a variar suas camisas reservas e seus terceiros uniformes ao adotar cores como amarelo, dourado, cinza, preto e até rosa.
Mas nada que pudesse quebrar o tradicionalismo do vermelho, cor da paixão febril que move todo e qualquer torcedor do maior campeão português.
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Este texto foi escrito por Guilherme Diniz do blog Imortais do Futebol. Gostou da matéria ou gostaria de ver a história de algum clube em específico? Deixe sua opinião no comentário. E curta a fan page do Imortais:
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