No último mês de julho, a Lupo, marca de material esportivo de Araraquara, interior de São Paulo, acionou o Paysandu na Justiça para barrar a exploração da imagem do mascote do clube: o lobo, marca própria da equipe paraense. Na ação, a empresa disse que detinha a exclusividade da marca “lobo” e que possui linhas de produtos ligados ao tema.
Outro argumento da marca paulista é de que o clube, através de sua marca própria, se utilizava da mesma expressão dela para a comercialização de seus produtos.
No fim do mês, a Lupo conseguiu uma liminar que determinava que o Paysandu retirasse imagens do lobo em seu site e de qualquer veiculação na mídia, sob risco de multa de cinco mil reais por dia, porém, em agosto, a equipe paraense entrou com um agravo de instrumento e impediu a liminar.
O clube justificou na ação que o mascote foi criado em 1948, bem antes do registro oficial da marca Lupo, e que a empresa não utiliza o símbolo do lobo em suas campanhas, não havendo assim justificativa para barrar o uso pela equipe.
Na época, o relator do caso, Hamid Bdine, justificou o deferimento do pedido do Paysandu, alegando que não há conflito entre os dois lobos. “Não se verifica, por ora, o aludido risco de confusão aduzido pela Lupo em sua petição inicial, considerando a manifesta distinção entre os domínios em discussão. É o caso permitir a continuidade do uso da palavra e da figura do lobo evidenciado nos autos, assim como o comércio de produtos a torcedores do Paysandu”.
Hoje, dia 20 de novembro, o Paysandu publicou uma nota oficial em seu site informando que o agravo foi julgado no último dia 1º de novembro com parecer favorável à equipe. Confira abaixo a nota na íntegra:
“O Paysandu Sport Club faz o seguinte esclarecimento à sua imensa e apayxonada torcida: em agosto deste ano, o clube havia entrado com um agravo de instrumento para pedir uma liminar que permitisse que o Paysandu continuasse a fazer uso da marca Lobo. A liminar foi concedida pelo desembargador Hamid Bdine.
No último dia 1º de novembro, o agravo de instrumento foi julgado pela Primeira Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, que deu provimento ao agravo, confirmando a liminar a favor do Paysandu e permitindo que o clube continue a utilizar a marca Lobo, até que o juiz da primeira vara de Araraquara (SP) julgue o processo da empresa Lupo contra o Paysandu.
O Paysandu Sport Club reforça ainda que não perdeu a Lobo, ao contrário, conseguiu uma permissão para continuar a fazer uso da marca. O julgamento teve a participação dos desembargadores Cesae Ciampolini, presidente da Câmara, e Carlos Dias Motta, que votaram a favor do Paysandu.”
Segundo o site oficial da Lupo, a empresa foi fundada em 21 de março de 1921, como uma fábrica de meias, por Henrique Lupo, e lançou a Lupo Sport, empresa de materiais esportivos, que atualmente é a fornecedora oficial da Ferroviária de Araraquara, mas também já passou por Atlético-MG (Campeão da Libertadores 2013), Guarani, Portuguesa, entre outros, em 2010.
O curioso é que se acompanharmos a linha do tempo no site oficial da marca, veremos que a empresa já utilizou por algum tempo o nome “Lobo”, além da imagem do animal em suas propagandas. Isso na primeira metade do século XX, até o final dos anos 70. Isso não é utilizado pela marca há muito tempo, mas atualmente existe uma linha de produtos femininos chamada “Loba”, que está a venda nas lojas.
O sobrenome Lupo, como muita gente sabe, tem origem do italiano e está relacionado à loba Lupa, presente na mitologia de criação de Roma.
A Lobo surgiu como marca própria do Paysandu no começo de 2016, com um plano de negócio de primeiramente se tornar a fornecedora de material esportivo da equipe e assim aumentar o faturamento, além de dar mais identidade aos uniformes do Papão.
Com o sucesso, a marca abriu um e-commerce e passou também a comercializar outros produtos, como vestuário tradicional, e produtos licenciados do Paysandu.
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O que acham desse entreveiro entre Lupo e Paysandu por conta da marca Lobo?