A Copa do Mundo de 1986 foi a segunda disputada no México, apenas 16 anos após a primeira Copa disputada no país, em 1970, quando o Brasil foi o grande campeão.
O que poucos sabem hoje em dia é o motivo dessa repetição de sede. Inicialmente, a Copa de 86 seria disputada na Colômbia, mas quatro anos antes da realização do Mundial, o governo colombiano pressionado pelo atraso das obras e pela FIFA, desistiu de sediar o campeonato. Segundo o presidente Belisario Betancur, o país tinha outras prioridades e não teria tempo e disponibilidade para atender às extravagâncias da entidade.
Foi aí então que a FIFA resolveu oferecer o Mundial a diversos países, entre eles o Brasil, os EUA, o Peru e o Canadá. Mas em 1983, o México foi o escolhido por já ter melhor estrutura por ter sido sede do campeonato 13 anos antes.
A campeã Argentina
Dentro dos gramados a campeã foi a Argentina, que era de longe a equipe que apresentava o melhor futebol do torneio, e de fato merecia vencer.
Mas os argentinos protagonizaram os três episódios mais marcantes daquela Copa do Mundo. Ambos aconteceram antes ou durante a partida das quartas de final contra a Inglaterra, a primeira partida entre as seleções após a Guerra das Malvinas em 1982, fato este que apimentou o confronto e deu “ares de revanche” a um jogo que ainda não tinha acontecido.
O primeiro episódio foi o gol de mão de Maradona nas quartas de final contra a Inglaterra. O que para os ingleses foi classificado como um dos maiores roubos da história da Copa do Mundo, mas para os argentinos foi apenas uma intervenção divina, tanto que o gol até hoje é conhecido como “La Mano de Dios”.
O segundo episódio é uma das maiores obras de arte já feitas em um Mundial. No segundo gol feito por Maradona em cima da mesma Inglaterra, o craque pegou a bola no meio de campo e só foi parar dentro do gol (Veja vídeo acima).
Por último, uma curiosidade que pouca gente sabe, mas já contamos em detalhe aqui neste link. A camisa utilizada pela Seleção da Argentina especificamente no jogo contra a Inglaterra, foi feita às pressas à pedido de Carlos Bilardo, técnico da seleção. Segundo ele, os jogadores tinham se queixado que o uniforme feito pela Le Coq Sportif para aquele Mundial era muito quente, e seria difícil utiliza-lo debaixo do sol do meio dia no jogo contra a qualificada seleção inglesa. Foi aí que com a ajuda de Maradona, um colaborador conseguiu de última hora novos uniformes e foi com eles que a equipe disputou aquela que seria uma das partidas mais marcantes de todas as Copas.
Após eliminar os ingleses, os argentinos venceram a Bélgica na semifinal por 2-0, e a Alemanha Ocidental na grande finalíssima por 3-2, conquistando assim, o seu bicampeonato.
Seleção Brasileira
O Brasil por sua vez teve uma participação sem brilho nesta Copa, principalmente se comparada à seleção de 1982, que encantou o mundo, apesar de também não ter sido vencedora.
Após uma primeira fase tranquila e sem tomar gols, a Seleção Brasileira atropelou a Polônia nas oitavas de final por 4-0, mas caiu nas quartas na disputa de pênaltis contra a França, após um empate em 1-1 no tempo normal.
Uniformes da Copa 1986
As camisas da Copa do Mundo de 1986 foram feitas por nove fornecedoras diferentes. A principal delas era a Adidas, que tinha 13 seleções neste Mundial: Alemanha Ocidental, Bélgica, Bulgária, Canadá, França, Hungria, Iraque, Irlanda do Norte, Marrocos, México, Polônia, Portugal e União Soviética.
A segunda marca com mais presença na Copa do México, foi a francesa Le Coq Sportif, que contava com a campeã Argentina, Espanha e Uruguai.
Inglaterra e Escócia, eram patrocinadas pela Umbro, e apresentaram, de maneira inédita, o escudo de suas federações no lado direito do calção, o que não existia em nenhum outro uniforme até então.
Com apenas uma seleção, seis marcas diferentes: A Topper que fabricava os uniformes do Brasil, a Hummel que apareceu com a Dinamarca, a Weekend, marca sul coreana que depois se tornaria a Rapido, e que forneceu material esportivo para a Coréia do Sul, a brasileira Rainha, que era parceira da Seleção do Paraguai, a Sonitex, estatal argelina, que fabricava os uniformes da seleção africana. E por fim, a Diadora, que era a fornecedora dos uniformes italianos, porém não assinava a sua marca na camisa, como foi tradicional nos mantos azzurri até a Copa de 1998.
Relembre abaixo os uniformes de cada uma das seleções da Copa do Mundo de 1986 no México. Os ótimos desenhos foram feitos pelo blog Kire Football Kits que também já apareceu por aqui com os uniformes da Copa do Mundo de 1990 e da Copa do Mundo 1994.
Grupos da Copa do Mundo
Grupo A
Argentina
Bulgária
Coreia do Sul
Itália
Grupo B
Bélgica
Iraque
México
Paraguai
Grupo C
Canadá
França
Hungria
União Soviética
Grupo D
Brasil
Argélia
Espanha
Irlanda do Norte
Grupo E
Alemanha Ocidental
Dinamarca
Escócia
Uruguai
Grupo F
Inglaterra
Marrocos
Polônia
Portugal
Gostou de relembrar os uniformes da Copa do Mundo 1986? Qual das camisas do Mundial do México era a sua favorita?