Você sabia que as camisas de times de futebol são mais caras no Brasil do que no Chile, França, Inglaterra e Espanha? Infelizmente, o país possui altos impostos, que influenciam bastante o preço final de diversos produtos, não apenas na área têxtil.
Porém, não é apenas o Custo Brasil que faz um uniforme custar mais de R$200. Diversos outros fatores influenciam o preço cobrado, e é sobre isso que vamos tratar neste artigo.
Controle das grandes marcas de esportes
Saiba que a venda das camisas não é o carro-chefe das marcas de esportes. A questão é bem mais relacionada a marketing, exposição e estratégia comercial. Elas estão estampadas no uniforme como meio de publicidade, para que o sucesso do time e atletas fique vinculado à imagem da empresa.
Em competições de maior destaque, a disputa entre as companhias é enorme. Tenha em mente que a diferença entre o valor cobrado para o licenciamento em relação ao ganho é gritante. Seja por sorte ou planejamento estatístico, fornecedora campeã da Copa do Mundo é a Adidas, com 5 torneios onde seu logotipo esteve no uniforme da seleção vencedora:
- 2014 – Alemanha
- 2010 – Espanha
- 1998 – França
- 1990 – Alemanha
- 1978 – Argentina
Sobre a venda dos produtos, as marcas possuem um valor tabelado, um preço mínimo de venda. Portanto, os lojistas não podem reduzir a margem de lucro para diminuir o valor do produto. Aliás, sequer é permitido oferecer promoções dos modelos atuais. Somente quando há uma nova versão do uniforme que a loja pode fazer ofertas do tipo compre o modelo Y e receba desconto no X.
Afinal, Adidas e Nike, por exemplo, possuem lojas próprias e não querem que o preço dos concorrentes seja mais baixo que aquele praticado em suas filiais. Ao mesmo tempo, companhias nacionais, como Topper e Penalty elevam o valor do produto para que fique equiparado com as camisas de origem internacional. Percebe como tudo se trata de uma manipulação do mercado?
Certamente a área de futebol movimenta bilhões todos os anos, prova disso é o crescente número de venda de artigos relacionados. Se trata da venda de ingressos, carteiras de sócio-torcedor, objetos de decoração…Hoje em dia, o setor se estende a outras modalidades, como bolões e palpites de resultados. Pode, inclusive, conferir análises de sites de apostas para saber mais sobre o assunto. De toda forma, a venda de camisas ainda é um negócio sustentável, porque sempre haverá interesse na aquisição de tais itens e o preço estipulado acompanhará o poder aquisitivo de apenas uma parcela dos consumidores.
Uma questão de status
As camisas são produtos de desejo, e como é de conhecimento popular, existe a lei da oferta e da procura. Todos os anos, os clubes lançam modelos do uniforme e os torcedores renovam suas coleções. Inclusive, já estão à venda os modelos 2018. A busca por uma peça com design atualizado é, de certa forma, status, porque mostra que o torcedor dá total suporte a seu time. E o valor mais elevado da camisa instiga ainda mais aqueles que ainda não possuem a peça, ela se torna um objeto de desejo.
Outro exemplo de que o valor da camisa é “motivo de orgulho”: se um clube tiver uma camisa com preço bem inferior aos concorrentes, certamente surgirão piadas a respeito. Os rivais dirão que o time não tem dinheiro em caixa e precisou baixar o custo das peças, para que não fiquem encalhadas. Tais provocações são mais um empecilho no barateamento dos uniformes.
Conclusão
O assunto rende bastante, seria necessário uma série de postagens para citar todos os motivos de as camisas serem caras no Brasil. Podemos resumir que o valor é sustentado pelos altos impostos, pela logística ruim do país, estratégia das grandes marcas e pelo contínuo interesse dos torcedores em adquirir o produto, mesmo com preço elevado.