O Campeonato Brasileiro de 2000, também conhecido como Copa João Havelange, teve sua grande final decidida apenas em janeiro de 2001, devido ao desabamento de um alambrado no estádio de São Januário na partida de volta entre Vasco da Gama e São Caetano, que ocasionou a remarcação da partida para o Maracanã já no ano seguinte. Além do acidente outra coisa marcou a final daquele ano, numa atitude de “vingança”, o Vasco usou o SBT na camisa para provocar a Globo.
Naquela temporada o Vasco vestia uniformes da Kappa e durante todo o campeonato estampou a marca de sabão em pó Ace em sua camisa. No entanto, o contrato com a marca expirou em 31 de dezembro de 2000, um dia depois da fatídica partida sem fim que na opinião de Eurico Miranda, diretor de futebol do clube na época, não teve continuidade devido a Rede Globo não querer atrasar a sua programação e ser “flamenguista”.
Camisa do Vasco com logo do SBT na final do Brasileirão de 2000
Estava armada a situação que até hoje é lembrada por todos como o dia em que a emissora carioca passou pela maior saia justa de sua história. Enquanto as câmeras se desdobravam para tentar transmitir a partida usando plano aberto, a torcida abusava dos coros e das faixas “homenageando” o canal e Galvão Bueno, o locutor da partida que tomou um verdadeiro susto na entrada da equipe de São Januário no gramado.
Além dos xingamentos, gritos exaltando o SBT ecoavam pelo estádio “Ah, é Silvio Santos”, “Ão, ão, ão, é o jogo do milhão”, e “Ritmooooo, é ritmo de festaaaa”, eram as músicas mais cantadas pelos vascaínos no jogo que embalou o time carioca ao título com uma vitória de 3×1 em cima do time paulista, sensação do campeonato, que veio do módulo amarelo e já havia eliminado Fluminense, Palmeiras e Grêmio no caminho até a final do bagunçado campeonato.
Perguntando sobre o uso da marca da emissora paulista na camisa Eurico Miranda afirmou ser uma homenagem a Silvio Santos, dono do canal. “Não houve negociação de patrocínio com o SBT, foi uma homenagem. Não preciso pedir permissão para cantar parabéns pra você. Na camisa do Vasco, coloco o que quero”, emendou o dirigente.
“Não houve negociação de patrocínio com o SBT, foi uma homenagem. Não preciso pedir permissão para cantar parabéns pra você. Na camisa do Vasco, coloco o que quero”, disse Eurico Miranda
O SBT preocupado com a repercussão da atitude vascaína soltou nota no mesmo dia dizendo que repudiava a atitude e que sua marca não podia ser usada de forma indevida. No entanto, essa nota com certeza foi para se eximir da história, afinal naquele domingo a marca do canal paulista foi exposta ao vivo durante 90 minutos de forma gratuita na sua maior concorrente para milhões de telespectadores.
Em novembro de 2023, a Globoplay lançou um documentário sobre a vida de Eurico Miranda, e o assunto voltou à tona, com explicação de algumas das partes da história. Confira abaixo.
No dia 18 de janeiro de 2001, uma cena ficou marcada na final da Copa João Havelange entre Vasco e São Caetano. Quando o Vasco entrou em campo, um segredo foi revelado a milhões de pessoas que assistiriam ao jogo na Globo: o time disputaria a decisão com a marca do SBT na camisa pic.twitter.com/N14elpu153
— ge (@geglobo) November 16, 2023
Alguns vascaínos afirmam que clube sofreu boicote após esta ocasião
Há entre alguns torcedores vascaínos, a ideia de que a atitude de Eurico Miranda contra a Globo na final da Copa João Havelange, causou uma retaliação da Globo com o clube, o que justificaria a situação complicada vivida pelo clube nas últimas décadas.
Em episódio no podcast Futbolaço, Sérgio Frias, autor do livro “Eurico Miranda Todos Contra Ele”, comentou o episódio e explicou que a emissora aplicou um “torniquete financeiro” ao clube, que prejudicou as contas. Confira abaixo.
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Lembra dessa história? O que achou da atitude de Eurico Miranda de colocar a marca do SBT na camisa do Vasco da Gama para provocar a Globo na final do Brasileiro de 2000? Deixe seu comentário e compartilhe o link nas redes sociais!