“O brio de nossos jogadores e o medo dos rivais diante de nós será a tona para a confecção de nosso manto, que vestirá o clube mais copeiro da história do futebol mundial e nascido para encantar plateias com esquadrões únicos, exuberantes e vencedores”.
Não foi bem isso que os fundadores da Associazione Calcio Milan disseram, lá em 1899, quando o rossonero italiano nasceu, mas bem que poderia ser. Com uma história rica, vencedora e incontestável, o Milan é um dos clubes mais famosos do planeta e dono de uma das maiores torcidas internacionais que existe, com fãs no Brasil, EUA, Japão entre outros países.
Conhecido por seu belíssimo manto vermelho e preto, o clube teve desde os seus primórdios essas cores como a base de seu uniforme, escolhidas pelos ingleses Herbert Kilpin e Alfred Edwards, fundadores do clube italiano que escolheram o nome Milan Cricket and Football Club em 16 de dezembro de 1899 (o tradicional nome AC Milan só seria utilizado a partir da década de 40, após a Segunda Guerra Mundial). O vermelho foi escolhido por representar o “ardor de fogo” dos jogadores e o preto o “medo dos rivais” em jogar contra o clube. As primeiras vestimentas da equipe tiveram listras bem finas, calções brancos e meias pretas, com o logotipo sendo apenas a bandeira da cidade de Milão (branca com uma cruz vermelha ao centro, parecida com a da Inglaterra, mas centralizada).
Com o passar dos anos, o calção preto também ganhou destaque e deu ainda mais imponência ao uniforme do clube. Como segunda opção, o Milan passou a utilizar já na década de 1910 um uniforme todo branco, que acabou virando um talismã após a conquista da Liga dos Campeões da UEFA de 1963, vencida exatamente com essa combinação. A partir daquele ano, o clube disputaria quase todas as suas finais continentais de camisa, calção e meias brancos e venceria seis das oito que disputou utilizando essa combinação (e apenas uma das três que disputou vestindo o vermelho e preto).
Durante as décadas, a equipe fez poucas variações em seus uniformes, adotando listras mais finas ou mais grossas em determinadas épocas ou faixas horizontais em vermelho e preto na camisa branca.
Mesmo bem tradicional, o clube já teve algumas camisas diferentes e peculiares. Nos anos 40, uma camisa preta com uma faixa horizontal vermelha foi utilizada, bem como outra toda vermelha com uma faixa horizontal preta. Nos anos 80, a camisa branca ganhou várias listras vermelhas e pretas na horizontal e ainda faixas vermelhas na vertical, fugindo completamente do padrão do clube. Nos anos 90, o clube também entrou na onda das camisas exóticas do período e jogou de dourado, azul (!) e vermelho entre os anos de 1994 e 1999.
Nos anos 2000, o Milan ousou bem pouco em seus mantos e fez com que o preto e vermelho voltassem a todo vapor, com leves aparições de camisas pretas ou na cor dourada, que retornou ao uniforme do time para a temporada 2013-2014. A torcida espera que o brilho do ouro possa reascender a chama copeira do gigante de Milão, que adormece desde 2007 em seu vertiginoso leito com quatro títulos mundiais, sete Ligas dos Campeões, cinco Supercopas da UEFA, duas Recopas da UEFA e outros tantos torneios nacionais.